sábado, 31 de julho de 2010

Solidão contente

Achei muito bom esse texto de Ivan Martins então o compartilho aqui com vocês. 
Gostaria que deixassem aqui suas impressões em comentários.
Abraços, Viv 
 ^°v°^ 
 Imagem: cena do filme "A fraternidade é vermelha"
 
O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas
 Ivan Martins
Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.

Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

domingo, 14 de março de 2010

Experiência, você tem?

Num processo de seleção da Volkswagen, os candidatos deveriam responder à seguinte pergunta:
“Você tem experiência”?
A redação a seguir foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele, com certeza, será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma, embora seu nome não tenha sido divulgado. 

 
Imagem: A Árvore da Vida de Gustav Klimt (1909)
 
"Já fiz coceguinhas na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.
Já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um “para sempre” pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
“Qual sua experiência”?
Essa pergunta ecoa no meu cérebro:
Experiência... Experiência...
Será que ser “plantador de sorrisos” é uma boa experiência? Não!
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora, gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:
Experiência?
Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?

Um Grande Abraço..."

domingo, 7 de março de 2010

 Ilustração: Albrecht Dürer

A corujinha
Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes
Música (video): Elis Regina

Corujinha, corujinha,
Que peninha de você.
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei quê.
O seu canto de repente
Faz a gente estremecer.
Corujinha, pobrezinha,
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah, coitadinha,
Que feinha que é você.
Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer.
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder.
Hoje em dia andas vaidosa,
Orgulhosa como o quê.
Toda noite tua carinha
Aparece na TV.
Corujinha, corujinha,
Que feinha que é você

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A travessia da vida...

Impossível atravessar a vida ...
Sem que um trabalho saia mal feito,
sem que uma amizade cause decepção,
sem padecer com alguma doença,
sem que um amor nos abandone,
sem que ninguém da família morra,
sem que a gente se engane em um negócio.

O importante não é o que acontece,
mas, como você reage.

Você cresce...
Quando não perde a esperança, nem diminui a vontade, nem perde a fé.
Quando aceita a realidade e tem orgulho de vivê-la.
Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo.
Quando aceita o que deixa para trás, construindo o que tem pela frente e planejando o que está por vir.

Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos.
Cresce quando abre caminho,
assimila experiências...
E semeia raízes….

Cresce quando se impõe metas,
sem se importar com comentários, nem julgamentos quando dá exemplos, sem se importar com o desdém, quando você cumpre com seu trabalho..

Cresce quando é forte de caráter,
sustentado por sua formação,
sensível por temperamento...
E humano por nascimento!

Cresce quando
enfrenta o inverno mesmo que perca as folhas,
colhe flores mesmo que tenham espinhos e
marca o caminho mesmo que se levante o pó.

Cresce quando
é capaz de lidar com
residuos de ilusões, é capaz de perfumar-se com flores...
E se elevar por amor!

Cresce ajudando a seus semelhantes,
conhecendo a si mesmo e dando à vida, mais do que recebe.
E assim se cresce…..

(Susana Carizza)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sendas da vida ...

SENHOR, esta muito pesado...  
por favor, me deixe cortar um pedacinho....
SENHOR, por favor... me permita cortar mais um pedacinho... 
ficará melhor pra eu carregar....
 
SENHOR, muito obrigado ...
 
Vamos usar isto como ponte e atravesarmos...
AHH! Está muito curto, eu não posso atravessar ...
 

Nada nesta vida é por acaso !
Muitas vezes queremos nos livrar da "cruz" que nos é dada.
Mas para tudo tem um 'para quê' e um 'por quê'...
Deus nunca nos manda algo que não possamos suportar...

E se formos abreviar estes caminhos, certamente teremos problemas!

.^ºvº^.
Desejo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".  
(Victor Hugo)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Amor eterno amor!



Vejam que ternura esta fotografia  de um casal de corujas! Não resisti em tê-las aqui no meu espacinho!

Curiosidades: normalmente as corujas são monógamas!! Esse casal me parece ser de Coruja-buraqueira (Athene cunicularia, anteriormente Speotyto cunicularia, com o significado do nome científico cunícularia, "pequeno mineiro"); recebe esse nome, pois vive em buracos cavados no solo; embora seja capaz de cavar seu próprio buraco, prefere os buracos abandonados de outros animais, é uma coruja terrícola e de hábitos diurnos.
Créditos: encontrei esta imagem do Blog Biscoito Finíssimo, da minha mais nova amiga blogueira Elzinha. Minhas escusas Elzinha! Amo corujas e não resisti!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cabides Originais em crochê

Enfeite seu guarda -roupas com cabides alegres e coloridos. São muito fáceis de fazer e com acolchoamento de algodão ou manta acrílica ajudam a proteger as roupas.
Encontrei esta receita numa antiga, e muito boa, coleção de trabalhos manuais da minha mãe e  compartilho com vocês.



Mãos a obra!
Viv
~  ^°v°^  ~

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mais maravilhas do crochê

Encontrei este maravilhoso casaquinho em tom cru no blog "Sonho de crochê", publicação de uma revista do ramo. Compartilho com vocês também o respectivo gráfico. Quem se habilita a fazê-lo?


       

Viv
~... ^°v°^ ...~

Maravilhas do Crochê

Encontrei estas maravilhas do crochê no blog da Fri e tomei a liberdade de postá-las aqui para encantá-las tanto quanto eu me encantei. Apenas do último consta o gráfico. Apreciem!